01

Recorde canarinho

O brasileiro Neymar marcou o gol mais rápido da história olímpica, na semifinal do Rio’2016. Ele precisou de apenas 14 segundos, desde o pontapé inicial da partida contra Honduras, para fazer a rede balançar no Maracanã. Primeiro gol do jogo que terminou em 6xo. Brasil foi para a final onde conquistou seu primeiro ouro olímpico no futebol.

02

Pequena notável

Aos 24 anos, Simone Biles é a ginasta mais premiada da história em Mundiais. Soma um total de 25 medalhas, sendo 19 só de ouro, nas 5 edições que competiu (entre 2013 e 2019). Ela desbancou o fenômeno bielorrusso Vitaly Scherbo que coleciona 23 pódios mundiais, com 12 ouros. Só que em matéria de Jogos Olímpicos a coisa é diferente. No Rio’2016, Biles subiu em mais 5 pódios, 4 como campeã. Já Scherbo ainda lidera: 6 ouros e 4 bronzes (1992 e 1996). Será que em Tóquio’2020 a história muda?

03

03

Bisa olímpica

Outra recordista da ginástica artística veio da Hungria. Mas sua marca não está no pódio e, sim, na certidão de nascimento. Agnes Keleti, 11 vezes medalhista olímpica (Londres’48, Helsinque’52 e Melbourne’56, com 5 ouros), é a campeã mais idosa do mundo ainda viva. Em 9 de janeiro passado, ela completou 100 anos de idade. E continua muito ativa, querendo assistir Tóquio’2020 pela TV.

04

Medal Phelps

Se a ginasta Simone Biles tem 23 medalhas no total em Mundiais, realizados quase todo ano, o nadador Michael Phelps tem esse número só em ouros olímpicos, disputados de 4 em 4. Nos Jogos de Atenas’2004, Beijing’2008, Londres’2012 e Rio’2016 ele ainda somou 28, contando com as 3 pratas e 2 bronzes. É o atleta olímpico mais condecorado da história.

Veja os principais atletas, ainda na ativa, mais próximos dele. Poderiam alcança-lo???

– Ryan Lochte, 36 anos (Natação-E.U.A.) 12
– Isabell Werth, 51 anos (Hipismo-Alemanha) 10
– Allyson Felix, 35 anos (Atletismo-E.U.A.) 9
– Nathan Adrian, 32 anos (Natação-E.U.A.) 8
– Allison Schmitt, 30 anos (Natação-E.U.A.) 8
– Jason Kenny, 33 anos (Ciclismo-Grã-Bretanha) 7
– Katie Ledecky, 24 anos (Natação-E.U.A.) 6
– Jin Jong-oh, 41 anos (Tiro Esportivo-Coréia do Sul) 6

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A persistente

A ginasta Oksana Chusovitina, do Uzbequistão (antiga União Soviética) prepara-se para ir a seu 8º Jogos Olímpicos. Participa desde Barcelona’92, quando ganhou ouro aos 17 anos de idade. Hoje está com 45 anos (fará 46 em junho) e deverá estar em Tóquio’2020, algo absolutamente incrível para sua modalidade.

Outra curiosidade é que ela já competiu por 3 bandeiras: a da União Soviética (1989–1991), do Uzbequistão (1992–2006), da Alemanha (2006–2012) e novamente atleta uzbeque após 2013. Em campeonatos mundiais, ganhou medalhas pelos 3 países. Foram 11 ao todo.

Acontece que ainda tem 3 atletas (não ativos atualmente) que participaram de mais Olimpíadas que Oksana:
Ian Millar, 74 anos (Hipismo-Canadá): 10 (1972-2012)
Hubert Raudaschl, 78 anos (Vela-Áustria): 9 (1964-1996)
Afanasijs Kuzmins, 74 anos (Tiro Esportivo-Letônia): 9 (1976-2012)

06

Donos da cesta

Conta a história que o basquete foi criado no ano de 1891 por James Naismith, um pastor e professor de educação física do interior de Massachusetts, nos Estados Unidos. Um esporte com cerca de 130 anos de história. Grande parte dela, protagonizada pela nação norte-americana. Apesar de ninguém ter dúvida alguma disso, ainda pode surpreender alguns números estatísticos. Por exemplo, na história olímpica, onde o basquete faz parte do programa desde Berlin’36 (19 edições já realizadas) e a seleção estadunidense ficou invicta até Munique’72. Já para as mulheres, é esporte olímpico desde Montreal’76 (11 edições). Ao todo, portanto, foram disputadas 30 finais olímpicas da modalidade. Pois é, e os E.U.A. conquistaram 23 medalhas de ouro nestas partidas decisivas (15 dos homens e 8 das mulheres), 76,6% do total. E só não participou das competições em Moscou’80, devido ao boicote. Para Tóquio’2020 aquele percentual tem tudo para aumentar.

07

Jarmila Kratochvílová

Florence Griffith-Joyner            

Marcas insuperáveis?

1.53:28 nos 800m do atletismo. Um tempo que parece inatingível para as mulheres. Esta marca é recorde mundial desde 26 de julho de 1983, numa competição na antiga Alemanha Ocidental. Foi registrada pela tcheca Jarmila Kratochvílová, em Munique. Um recorde que já dura mais de 37 anos e 9 meses. Ahh, e 3 anos antes, ela própria já havia marcado 1:53.43, recorde olímpico até hoje (o 2º mais duradouro na história do atletismo). Depois daquela quebra, quem mais chegou perto foi a queniana Pamela Jelimo, em Beijing’2008, com mais de 1:5 acima.

A grande controvérsia era apontada pelo tipo físico de Jarmila. Uma mulher extremamente musculosa e forte, um verdadeiro touro humano. Isso dava margem de grandes suspeitas (nunca comprovadas) dela usar drogas sintéticas que hoje, certamente, seriam detectadas em exames antidoping.

Outra atleta com este estigma é a estadunidense Florence Griffith-Joyner. Em Seul’88, estabeleceu o 3º e 4º recordes olímpicos mais antigos ainda em vigor: 100m (10:62) e 200m (21:34). Como Jarmila, carrega a suspeita possível de também ter usado subterfúgios químicos para melhorar seu desempenho. Infelizmente, Flo-Jo faleceu muito cedo (aos 38 anos de idade, 10 após sua aposentadoria precoce), em morte causada por asfixia acidental numa almofada, durante convulsão epilética. Bizarro, né?

As dúvidas ficam na história. E os recordes ainda se mantém.

08

Recorde mais
antigo ainda

Em Jogos Olímpicos, tem um recorde vigente ainda mais longevo. O americano Bob Beamon, no México’68, saltou a distância de 8m90 e nunca foi superado (52 anos atrás). Naquela mesma prova, o 2º colocado fechou marca mais de um metro atrás de Beamon. Impressionante! 12 edições olímpicas se passaram sem ninguém o desbancar. Outro estadunidense, Carl Lewis, foi o que mais se aproximou: 18cm menos (8m72, em Seul’88).

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Do verão
ao inverno

Para a canadense Clara Hughes não tem tempo ruim. Como atleta, ela adaptou-se muito bem aos extremos para fazer o melhor que sabe. E no plural: patinar e pedalar. É a atleta que mais ganhou medalhas olímpicas em dois esportes completamente diferentes nos Jogos de Verão (ciclismo mountain bike) e Inverno (patinação de velocidade em 5000m). São 6 pódios olímpicos (1 ouro, 1 prata e 4 bronzes) em Salt Lake City’2002, Turim’2006 e Vancouver’2010 (Inverno), além de Atlanta’96 (Verão).

Após ter sofrido de depressão profunda, conseguiu através do esporte sua cura completa. Hoje desenvolve trabalhos para conscientização da saúde mental com a ajuda de atividades físicas. Além de ter escrito o livro “Open Heart, Open Mind” (Coração aberto, mente aberta), em 2015, que detalhe toda sua vivência com o tema.

10

Tarzã das águas

Ele foi a maior estrela em sua época dentro e fora das piscinas. Johnny Weissmuller foi um atleta completo, apesar da carreira curta. Foram 5 ouros em Paris’24 e Amsterdã’28. Bateu 67 recordes e conquistou 52 títulos nacionais na natação. Também tem um bronze olímpico, acredite, jogando polo aquático em 1928 pelos Estados Unidos. Não era nenhum Pelé das piscinas, mas dizem que batia uma boa bola dentro d’água.

Só que o cinema tirou-o das raias para fazê-lo alcançar fama ainda maior na grande tela Representou vários personagens ao longo de 47 anos, porém, eternizou Tarzã na história de Hollywood. Foram 12 filmes só vivendo o homem macaco, com 37 longas-metragens no total. Além de 26 episódios para a TV como Jim das selvas, outro grande sucesso dele.

Fama e dinheiro que não foram suficientes para ter uma velhice feliz. Morreu aos 79 anos (1984) absolutamente senil e esquecido no interior do México.

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Caçula olímpica

Muitos atletas bem experientes ainda perseguem uma vaga para Tóquio’2020. Não é o caso da mesatenista síria Hend Zaza, já classificada desde o final de fevereiro passado. Ela deverá ser a mais jovem competindo nos próximos Jogos no Japão. No dia de sua estreia terá 12 anos e 205 dias (nasceu em 1º de janeiro de 2009), 5ª no ranking histórico olímpico. Oficialmente, é reconhecido pelo COI apenas 4 atletas com idade inferior à Zaza, em suas respectivas épocas. O mais jovem a ganhar medalhas, por exemplo, foi o ginasta Dimitrios Loundras, que tinha 10 anos quando competiu pelo Grécia, em 1896. Ele ganhou o bronze nas barras paralelas. Porém, é claro, também existem algumas especulações não comprovadas de outras crianças que teriam competido nas primeiras edições, quando o controle de informações era muito obsoleto.

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Sem olhos puxados

Aliás, o tênis de mesa, apesar de criado na Inglaterra no século XIX, ganhou maiores (e melhores) adeptos no oriente. Destaque absoluto para a China que, em 8 edições olímpicas, já conquistou mais de 50% das medalhas em jogo. Das 32 provas realizadas até hoje, só 4 ouros não são de chineses. A Coréia do Sul tem 3 títulos olímpicos (simples masculino e dupla feminina, ambos em Seul’88, além de outro ouro no simples masculino em Atenas’2004) e a Suécia tem um. Foi em Barcelona’92, que o sueco Jan-Ove Waldner, então com 26 anos de idade, tornou-se o primeiro (e único) não-asiático a ganhar ouro nesta modalidade. Ele também tem uma prata individual em Sydney’2000, agora aos 34 anos.

O aproveitamento chinês é absurdo: 87,5% das medalhas de ouro são deles. Superioridade absoluta entre todos os esportes olímpicos.

13

Campeão em
qualquer tempo

Eddie Eagan não acreditava em limitações. Nasceu de família pobre em Denver, mas chegou a formar-se em direito pelas Universidades de Harvard e Oxford. Entrou para o mundo olímpico através do boxe, aos 23 anos de idade. E já na estreia, em Antuérpia’20, levou o ouro da categoria meio-pesado. Voltou 4 anos mais tarde ao ringue olímpico e perdeu logo na primeira luta para um britânico que também não foi muito adiante na competição. Desistiu do esporte, então? Muito pelo contrário. Buscou um desafio numa modalidade completamente diferente: o bobsleigh. E 12 anos depois de ganhar seu primeiro ouro foi para Lake Placid’32 conquistar novo título olímpico nos Jogos de Inverno a bordo do bobs 4 dos Estados Unidos. É até hoje o único atleta a ganhar medalhas de ouro tanto nos Jogos Olímpicos de Verão quanto nos de Inverno.

Apenas outros 3 atletas na história conseguiram conquistar medalhas nas duas versões olímpicas:

– Jacob Tullin Thams (Noruega): Salto com Esqui (1924-Ouro e 1928-Ouro) e vela (1936-Prata)
– Christa Luding-Rothenburger (Alemanha Oriental): Patinação em velocidade (1984-Ouro, 1988-Ouro e 1992-Bronze) e ciclismo em pista (1988-Prata)
– Clara Hughes (Canadá): Patinação em velocidade (2002-Bronze, 2006-Ouro e 2010-Bronze) e mountain bike (1996-Bronze)

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Rei nas quadras
e nas areias

Este norte-americano começou bem cedo no esporte. Com apoio total do pai, aos 6 anos já brincava com a bola de voleibol em Santa Barbara, interior da Califórnia. Menino de praia, aos 11, Karch Kiraly já estava nas areias fazendo dupla com o paizão. Mas profissionalmente acabou começando seu longo currículo nas quadras. Foi bicampeão olímpico e titular dos E.U.A. em Los Angeles’84 (jogando em casa, claro) e Seul’88. Migrou definitivamente para a versão nas areias aos 32 anos de idade (1992) preparando-se para a estreia olímpica do vôlei de praia 4 anos mais tarde. E foi em Atlanta’96 que conquistou seu 3º ouro olímpico, agora, com o parceiro Kent Steffes. Seguiu no piso instável até os 40, somando 148 títulos profissionais. Além de ser o único voleibolista campeão olímpico em quadra e na areia.

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Carl Schuhmann

Paolo Radmilovic (à esquerda) e Morris Kirksey

Versatilidade olímpica

Vou contar um pouco sobre 3 atletas que praticavam esportes bem diferentes e, provavelmente, nunca se encontraram. Mas tinham algo em comum: serem campeões olímpicos, cada um competindo em 2 modalidades bem distintas. O mais ‘fominha’ deles foi Carl Schuhmann (Alemanha), pois em Atenas’1896 disputou 4 modalidades: atletismo, levantamento de peso, luta greco-romana e ginástica. E acabou ganhando medalhas nas 2 últimas. Na ginástica, competiu em 7 provas, vencendo 3 (salto de cavalo individual, barras fixa e paralelas por equipe). Já como lutador, na final diante do favorito grego Georgios Tsitas, passou pela pior odisseia. Na época, as regras eram diferentes, a luta só acabava quando um contendor imobilizava totalmente o adversário. Foram mais de 40 minutos na área de combate sem definição de vencedor. Houve interrupção, por falta de luz. Continuada no dia seguinte, o alemão foi superior e levou sua 4ª medalha de campeão.

Na década de 20, outros 2 atletas fizeram algo semelhante. Um pouco mais velho, Paolo Radmilovic (E.U.A) mostrou sua versatilidade dentro d’água. Na natação, foi integrante do revezamento 4x200m vencedor e recordista em Londres’08. Nos mesmos Jogos e nos dois seguintes, ajudou a seleção estadunidense a ganhar o tri olímpico no polo aquático. Foram 4 ouros em 3 edições.

Já o caçula dos 3 foi outro atleta dos Estados Unidos. Morris Kirksey competiu apenas nos Jogos de Antuérpia’20 como velocista no atletismo. Ganhou ouro com recorde mundial fazendo parte do poderoso quarteto dos 4x100m de seu país, liderados pelo ídolo Charles Paddock. Este também levou o ouro na prova individual dos 100m, fazendo dobradinha com Kirksey, em 2º. Paddock foi revivido no cinema como um dos principais personagens do filme Carruagens de Fogo, gravado em 1981, ganhador do Oscar de melhor filme daquele ano. Kirksey completou sua odisseia de ouro na Bélgica integrando a seleção dos E.U.A. que venceu o torneio olímpico de rúgbi.

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Sabre ‘afiado’

Este foi um dos maiores mestres das estocadas. Guiado pela forte escola de esgrima da Hungria, seu país, Aladár Gerevich manteve-se no topo olímpico por muito tempo na história. Fez parte dos esquadrões húngaros campeões do sabre por equipe em 6 Jogos Olímpicos seguidos. De Los Angeles’32 (com 22 anos de idade) à Roma’60 (50), foram quase 3 décadas de hegemonia. E olha, a sequência, que deu o hexa olímpico ao esgrimista, poderia ter sido ainda maior. Nos anos de 1940 e 1944, os Jogos foram cancelados por conta da 2ª Guerra Mundial. É até os dias atuais, o atleta olímpico com mais conquistas numa mesma prova. Somou ainda outras 4 medalhas: 3 no sabre individual (uma de cada metal) e bronze no florete por equipe.

Há ainda outros 3 atletas pentacampeões numa mesma prova olímpica:

– Pál Kovács (Esgrima-Hungria): sabre por equipe (1936-60) e companheiro de Gerevich
– Reiner Klimke (Hipismo-Alemanha Oc.): adestramento por equipe (1964-1988)
– Isabell Werth (Hipismo-Alemanha): adestramento por equipe (1992-2016)